Política
Proposta suspende feriado da consciência negra em Mato Grosso
Foto: JLSIQUEIRA / ALMT
Tramita na Assembleia Legislativa Projeto de Lei nº 310/2018, de autoria das lideranças partidárias, que altera dispositivo da Lei nº 7.879, de dezembro de 2002, data do aniversário da morte de Zumbi dos Palmares e Dia Nacional da Consciência Negra. Pela nova redação, a data permanece como comemorativa no calendário com fins de reflexão, sem o status de feriado estadual. Ao justificarem a proposta, os parlamentares citaram que “o feriado influência na rotina econômica das cidades afetando diversos setores com o fechamento dos comércios e de prestadores de serviços, causando prejuízos econômicos e impedindo a comercialização dos produtos e a realização do serviço nos feriados”. A proposta feita por sugestão dos setores produtivos divide opiniões.
O presidente da Fecomércio (Federação do Comércio de Mato Grosso), José Wenceslau de Souza Júnior, é favorável a mudança. “Os feriados tiram do comércio brasileiro cerca de R$ 22 bilhões por ano, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Em Mato Grosso, são aproximadamente 21 dias entre feriados e pontos facultativos, que afetam a livre iniciativa e livre concorrência”, argumnenta José Wenceslau.
Sobre a proposta, ele respondeu “a decisão da Assembleia em transformar a data do aniversário da morte de Zumbi dos Palmares e Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro) em data comemorativa e não mais em feriado estadual contribui em muito para o comércio local, ainda mais no período de final de ano, onde as vendas do comércio tendem a aumentar, avaliou".
Já para a presidente do Movimento de Mulheres Negras em Mato Grosso (IMUNE), Antonieta Luisa Costa, conhecida como Nieta, a proposta “representa uma perda de direitos históricos dos negros e um desrespeito a luta negra. A conquista desse feriado é um marco da luta pela consciência negra por relembrar um único herói negro e ser um momento de parada para olhar nossa caminhada. É uma data na qual quem tem consciência de luta, sendo negro ou não, faz ou participa de atividades de luta, não é um dia de ficar em casa”. Ainda segundo ela, “num estado (Mato Grosso) em que 62% da população é negra ou afroescendente e de uma capital (Cuiabá) com 54% de negros e afrodescendentes a mudança é perda de direitos históricos, de referência de luta”, ratificou.
História – A data homenageia Zumbi, um africano que nasceu livre, foi escravizado aos seis anos de idade e ao crescer, retornou para sua terra natal (então Capitania de Pernambuco, na Serra da Barriga, região hoje pertencente ao município de União dos Palmares, no estado de Alagoas) e tornou-se líder do Quilombo dos Palmares, onde morreu em 1695. O dia comemorativo foi oficialmente instituído em todo país pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, não é feriado nacional, mas foi decretado feriado estadual nos estados de Mato Grosso (Lei Nº 7.879, de 27 de dezembro de 2002), Alagoas, Amapá, Amazonas, Rio de Janeiro e Roraima e feriado municipal em milhares de cidades brasileiras.


Política
Secretário vê risco em reabrir escolas e afirma que neta estudante foi infectada
Andhressa Barboza/ rdnews
O retorno das aulas presenciais em Mato Grosso não deve ocorrer em breve. Com risco alto de contaminação pela Covid-19, as escolas são locais críticos para espalhar o vírus e preocupa autoridades como o secretário chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho. Ele relata ter visto toda sua família ser infectada após sua neta de apenas 4 anos, que estava frequentando a escola, ficar doente e acabar contaminado parentes próximos.
“Na minha família, até dias atrás, estavam todos contaminados e quem trouxe o vírus para casa foi minha neta de 4 anos que estuda em uma escola privada”
Chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho
Ele contou o caso, que é recente, após ser questionado sobre um Projeto de Lei que tramita na Assembleia que prevê a inclusão das instituições de ensino públicas e privadas na lista de serviços essenciais.
“Eu tenho muita dúvida com relação a isso. Na minha família, até dias atrás, estavam todos contaminados e quem trouxe o vírus para casa foi minha neta de 4 anos que estuda em uma escola privada. Então, tenho muita dúvida com relação ao retorno das aulas”, alertou.
Na última semana, o governador Mauro Mendes (DEM) sinalizou que não deve sancionar o projeto que já passou em primeira votação pela AL. Ele também alertou, sem citar o caso de Carvalho, que crianças podem ser infectadas e contaminar parentes.
“Você pega uma escola estadual como a presidente Médici, tem 2 ou 3 mil alunos uma escola dessa. Como vamos fazer? Temos que avaliar cientificamente e eu não gostaria de dar a minha opinião, até pelo que aconteceu com a minha família, mas é uma situação que vamos avaliar com muito carinho”, ponderou Mauro Carvalho.
Em relação ao PL, o secretário preferiu não ser direto em defender uma postura contrária. Mas quis deixar evidente o risco de abrir escolas em um momento crítico para a saúde pública que está em colapso há mais de um mês. Já são mais de 8,4 mil mortos pela doença no Estado e, diariamente, a fila de espera de pessoas graves que aguardam vaga em UTI passa de 100 pessoas.
“Eu não conversei com o governador sobre essa situação (do PL), mas isso merece um estudo bem aprofundado para que a gente não cometa nenhum ato que vá prejudicar as pessoas. Os critérios precisam ser pensados com muito equilíbrio”, concluiu.
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